No dia 16 de fevereiro, a BE recebeu Jorge Esteves o autor da obra
Coisas do Arco-da-Velha, Jorge Esteves.
Este encontro proposto pela prof.ª Maria José Moreira, professora de E. Especial, em parceria com a BE, enquadrou-se a nível curricular no Programa da disciplina de Português de 5.º ano (domínio da Educação Literária) e no Currículo Específico Individual dos alunos NEE envolvidos (disciplina de Comunicação e Linguagem). Esta atividade proporcionou aos alunos a possibilidade de descobrir, pela voz do próprio autor, comunicador por excelência, as histórias que deram origem à grande quantidade de "frases feitas", que são comummente utilizadas por todos nós no nosso quotidiano.
A obra Coisas do Arco-da-Velha é "o resultado de uma
pesquisa orientada pelo amor à língua portuguesa e ânsia de conhecimento
do autor que nos conduz a viagens no tempo, à descoberta da
origem, ou possíveis origens, de cerca de 320 aforismos comummente
usados neste nosso idioma. Frases feitas que, tendo ou não sofrido transformações ao longo do
seu percurso, ainda vigoram nos dias de hoje..." (https://portal.autores.club/)
Os alunos das turmas B e D de quinto ano e os seus respetivos professores e diretores de turma, assim como os alunos de 9.º A,
abrangidos pela medida CEI, prepararam o encontro com o apoio da professora Maria José Moreira. Selecionaram várias máximas, transcreveram-nas e registaram os seus comentários e as suas
dúvidas com algumas ilustrações. No encontro, apresentaram ao autor os seus trabalhos.
Jorge Esteves, a partir dos trabalhos dos alunos e através de alguns provérbios, ditados populares, frases feitas..., explicou o caminho fascinante que esses adágios percorreram desde a sua origem (tão antiga quanto a própria linguagem) até aos nossos tempos.
Cativou os alunos ao relatar como se formou a expressão Ter bichos carpinteiros e ao fazer várias referências culturais, nomeadamente à civilização romana e à produção de telhas para explicar o adágio Fazer as coisas em cima do joelho, à faina dos marinheiros para Morder os calcanhares...
Alunos e professores mostraram-se muito interessados e, por vezes, surpreendidos com as origens de certas expressões.
O encontro finalizou com a intervenção do aluno do 9.º A, Miguel S. que ofereceu ao autor um cartaz alusivo ao aforismo
Estar -se nas tintas. O Miguel deu a conhecer a possível origem à assistência, ao explicar que as vestes de um pintor estão sempre manchadas com tintas e, como os pintores não se importam de usar essas vestes, surgiu a expressão"está-se nas tintas".
O Miguel referiu, de seguida, outra expressão com o mesmo significado "estar-se marimbando" e explicou que os tocadores do instrumento de percussão, a marimba, ficam de tal forma envolvidos pela sua
música que esquecem tudo à sua volta, ou seja, "estão-se
marimbando" para tudo!
O autor comentou que tinha dúvidas quanto à origem dessas expressões e que, através as suas pesquisas, ainda não tinha conseguido uma resposta satisfatória, prova de um trabalho exigente.
No final, o autor Jorge Esteves comunicou a sua satisfação pela participação e interesse dos alunos e ofereceu um exemplar da sua obra Coisas do Arco-da-Velha à nossa BE!